O Ano Novo é como uma página em branco, um momento em que sentimos o impulso de nos reinventar, fazer planos e olhar para frente.
Mas antes de escrever novas metas ou se comprometer com grandes mudanças, que tal olhar para si mesmo com generosidade?
O ano que passou carregou suas vitórias, sim, mas também suas dores, suas pausas e seus silêncios. E tudo isso faz parte de quem você é.
Mais do que promessas para o futuro, o início de um novo ciclo pode ser um convite à reconexão com aquilo que realmente importa. Não precisa ser grandioso ou extraordinário. Às vezes, o que transforma é o simples: um olhar mais gentil para si, uma pausa para respirar, uma conversa sincera com seu coração.
O tempo, em algumas filosofias e religiões de matriz africana, não é visto apenas como uma linha reta, mas como um ciclo, um contínuo onde o passado, o presente e o futuro estão interligados. Essa perspectiva nos convida a honrar o que já foi vivido, pois cada experiência, boa ou desafiadora, carrega consigo o aprendizado necessário para os passos à frente. Recomeçar, nesse sentido, não é esquecer o que passou, mas reconhecer as raízes que sustentam quem somos e usá-las para crescer.
O novo não está apenas no calendário, mas na maneira como nos permitimos acolher nossos desejos e limites. Como dizia Lacan, “o sujeito é aquilo que falta em si mesmo”. Que tal fazer as pazes com essa falta e reconhecer que a incompletude faz parte da sua humanidade? Em vez de tentar se preencher com metas impossíveis, permita-se ser exatamente quem você é hoje, com suas forças e fragilidades.
Em 2025, celebre os pequenos passos. Dê espaço para suas emoções, respeite seu ritmo e, principalmente, mantenha-se aberto às surpresas que a vida pode trazer. O recomeço não está em ser perfeito, mas em se dar a chance de tentar, errar e aprender no caminho.
Que o Ano Novo seja leve. Que ele seja cheio de momentos em que você se sinta inteiro, mesmo nas suas imperfeições. E que, acima de tudo, você se permita estar presente, para si mesmo e para o mundo ao seu redor. O futuro está sempre em construção — e você é o maior arquiteto dessa jornada.
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