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Positividade tóxica e as pressões das redes sociais

Foto do escritor: Daniela CalaçaDaniela Calaça

Atualizado: 1 de out. de 2021




Você já pensou em como as redes sociais são uma válvula de controle sobre nossos pensamentos e subjetividades? As "verdades" que nos são ditas aqui, muitas vezes, são internalizadas como certezas absolutas para nossa existência. E isso nos faz tentar viver uma verdade que não é a nossa.

Nesse cenário, consumimos as verdades virtuais e as adequamos a nossa realidade de vida sem nos questionarmos sobre como nós nos apropriamos desse OUTRO que nos influencia em textos, reflexões, direcionamentos, tutoriais e dicas. Todos esses estímulos, quando não são dosados e bem elaborados, geram uma pressão sobre o indivíduo. Vivenciamos, assim, a angústia provocada pela violência da positividade.

Segundo o filósofo Byung-Chul Han, existe, na sociedade contemporânea, a violência da positividade, que tem como origem as pesadas exigências e falsas realidades impostas pelo meio social em que estamos inseridos e pelas redes sociais. Essa violência passa a habitar o espaço intrapsíquico da(o) sujeita e pode desencadear sentimentos de autocoerção e autoagressividade.

O funcionamento dessa violência ocorre por meio do excesso de positividade, que se expressa como super desempenho, superprodução e super comunicação.

Nesse imperativo, as tensões destrutivas são vivenciadas internamente pelo sujeito de desempenho, que acredita ser livre e instituído de poder mas que, movido por esses estímulos, fica esmagado entre cobranças e pressões geradas por um modelo ou realidade que não podem ser alcançados.

As redes sociais nos suprimem psiquicamente com o excesso de positividade e, nós, como sujeitas (os) altamente estimuláveis e sensíveis, transitamos, todos os dias, por esse imaginário virtual que nos faz querer, consumir e viver uma verdade que é dos outros. Isso faz com que esqueçamos a nossa verdadeira realidade, que é constituída de modo muito distinto ao longo de nossa trajetória.









 


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