Em Brasília, existe o mito de que a vida do brasiliense é estudar, passar em um concurso público, financiar um apartamento em Águas Claras (região administrativa de classe média alta), ter filhos e um cão shih-tzu. É uma anedota que sempre se repete com alguma variação no check-list e imagino que cada estado tenha sua própria lista. Mais do que uma piada, essa brincadeira nos fala sobre expectativas elevadas e frustrações enormes.
É comum que sociedades criem padrões para o que consideram a vida ideal ou o caminho do sucesso. Isso, no entanto, pode levar ao adoecimento quando esses objetivos são absurdamente elevados ou irreais. Na era da informação, na qual todos compartilham a própria vida em tempo real, houve uma disseminação de diferentes tipos de padrão e a maioria deles é inalcançável, em parte, porque a maioria das vidas que estão expostas nas redes são falsas.
A vida é muito maior que um checklist. A satisfação não reside em atender a todas as expectativas sociais
Quando falo em falsidade não é uma questão moral ou de juízo de valor. A vida nas redes é falsa porque ela é incompleta, porque as plataformas digitais nos permitem colocar mais brilho do que existe e nos dão filtros para mostrar o mundo que desejamos, mas que na maioria das vezes não temos. Um segundo ponto é que essas ferramentas foram feitas para lazer, para compartilhar o que é bom. Ninguém quer publicar histórias de fracasso e, não se engane, não existe vida sem fracasso e sem erro, as falhas são parte da construção das nossas personalidades e identidades.
A era da informação criou novos modelos de mãe perfeita, de homem ideal, de cidadão de sucesso. A todo instante, um blog ou um perfil te ensina como ser vitorioso e cumprir todas as expectativas da sociedade. E, quando você não consegue atingir esses padrões irreais, vem a culpa e a tristeza. Mas não se engane, a vida não é linear. Ela está mais para uma montanha russa, com altos, baixos, tensões e emoções.
Todo mundo tem de ter direito à tristeza, ao choro, ao erro. Entender que isso é parte do caminho sem se culpar demasiadamente, é tentar conquistar resiliência. Os pais tentam nos proteger das decepções, nós também tentamos. Mas a melhor defesa, além da autopreservação, é aprender a compreender as frustrações e a crescer com elas.
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